No corre da vida, muitas vezes, esquecemo-nos de que Deus habita em nós e que temos a responsabilidade de vivermos com ele todos os dias de nossas vidas. Corremos o risco de criarmos uma rotina religiosa para evitar um relacionamento diário com Deus, desenvolvendo assim uma falsa noção de comunhão. Deus nos chama para uma comunhão profunda que ocorre no templo, na igreja, mas a transcende para o dia a dia. Desta forma, veremos como o povo de Israel, na época de Jeremias trocou o relacionamento com Deus por uma prática meramente religiosa e como o ensino bíblico nos leva a entender o real sentido do templo.
Enquanto o povo estava no deserto, todas as tribos ficavam ao redor da tenda, o templo de Deus naquela época: "E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles" (Êxodo 25.8).
Davi, após haver sido muito abençoado por Deus, de sua casa viu a tenda do Senhor e disse que iria construir um templo dedicado a Deus, pois não era justo que ele morasse em uma casa e a arca ficasse em uma tenda. Deus não permitiu que o rei construísse um templo, mas a atitude do monarca levou Deus a lhe prometer um reino perpétuo (2 Samuel 7).
O filho de Davi, Salomão, foi o responsável pela construção do templo, uma vez que teve um reino mais pacífico do que Davi (2 Cr 6 - 7).
Salomão, ao finalizar a construção, orou com as seguintes palavras: "Mas, de fato, habitaria Deus com os homens na terra: eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei" (2 Cr 6.18).
Jeremias se pôs a porta do templo e faz um alerta para os frequentadores (Jeremias 7.1-2).
O alerta também era para que a confiança não estivesse no templo material, em detrimento de Deus (v. 4).
Após cometerem diversos pecados, como adultério, opressão de muitos tipos, o povo vinha ao templo, adoravam ao Senhor, criavam uma autoconfiança e voltavam sem temor a suas práticas abomináveis (v. 9-10).
Deus então questiona a visão do povo a respeito do templo, mostrando o conceito equivocado do povo sobre o Santo Lugar (v. 11).
O Senhor alerta o povo que há tempos está chamando a atenção da população e que como eles não ouviam, o país, assim como o templo, seria destruído (v. 13-15).
A Jeremias, o Senhor ordena que não intercedesse pelo povo (v. 16).
Deus demonstra a Jeremias que famílias inteiras de Jerusalém estão envolvidas na idolatria (17-18).
Quando em Jerusalém, os discípulos se encantaram com o templo naquela cidade, Jesus disse que aquelas pedras seriam derrubadas (Mateus 24.1-2).
Paulo pergunta à igreja de Corinto: "Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? (1 Co 3.16).
Logo mais adiante, na mesma carta, Paulo faz a mesma pergunta: "Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? (1 Co 6.19).
O que será que levou Paulo a fazer, praticamente,
a mesma pergunta? Muito provavelmente que os coríntios seriam capazes de viver na presença Deus em suas próprias cidades, mesmo não havendo ali um templo físico dedicado a Deus, mas somente a outros deuses.
Assim, precisamos valorizar o templo físico de Deus, pois é o lugar em que nos reunimos, mas precisamos entender que Deus está em nosso meio todos os dias, mesmo quando não estamos no templo, mas que somos o templo móvel de Deus.
Esta mensagem demonstrou que a construção do templo foi uma forma do povo estar mais próximo de Deus, no entanto, esta proximidade não deveria estar restrita ao templo, mas presente no dia a dia da nação. Assim, precisamos manter firmes em nossas mentes que a comunhão com Deus é algo diário e não restrita a um lugar ou dia da semana.