"[...] Tirem estas coisas daqui! Não façam da casa de meu Pai uma casa de negócio!
Desde criança, Jesus ia todas as páscoas a Jerusalém. Durante seu ministério, ele continuou seguindo esse costume. A festa da páscoa era precedida pela Festa dos Pães Asmos e, juntas, duravam 7 dias. Em uma dessas idas a Jerusalém, Jesus teve encontros nada agradáveis com algumas pessoas e/ou grupos. Essa é umas das cenas que contrasta com o Jesus manso (Mateus 11.23), pois fica claro que Cristo não estava ali para manter o status quo, mas para restaurar o culto verdadeiro. No entanto, tal atitude é compreensível, tendo em vista a corrupção moral e a falsidade religiosa que imperava naquele momento. Diante disso, veremos três encontros com o Cristo Zeloso.
a) Em Jerusalém durante a Páscoa, pessoas afluíam de todo o país para Jerusalém (v.13).
b) Jesus encontrou vendedores e cambistas no templo, essas pessoas estavam no átrio dos gentios (v.14).
c) Jesus fez um azorrague e com ele expulsou os vendedores e os cambistas do templo (v.15). Os cambistas trocavam moedas com a efígie de César por outras. O azorrague não foi para atrapalhar o culto, mas para permitir seu real funcionamento.
d) Cristo não se importou com lucros ou com prejuízos, ele se importou com a Casa de Deus.
e) Em Marcos 11.15, ver-se que Jesus expulsou também os que compravam.
f) Para os vendedores de animais e para os cambistas, o Templo era uma empresa, uma casa de negócio que movimentava muito dinheiro. Jesus via-o como um lugar consagrado ao Pai (v.16).
g) O evangelista Marcos cita Isaías 56: "A minha casa será chamada casa de oração por todos os povos" (Mc 11.17). F. F. Bruce nos explica que: "O único espaço aberto a pessoas de 'todas as nações' no templo (além dos israelitas) era o pátio externo (às vezes chamado de 'pátio dos gentios'); se esta área estava sendo ocupada para o comércio ela não poderia ser usada para o culto. A ação de Jesus reforçou seu protesto verbal" (Comentário de João, série cultura bíblica, p. 75).
h) Havia uma profecia sobre o zelo de Jesus pelo templo (v.17), isso trouxe posteriormente uma compreensão do que Jesus havia feito, talvez por todo esse tempo a dúvida tenha pairado sobre os discípulos.
a) Os judeus pediram um sinal que demonstrasse a autoridade de Jesus. Cristo, então, pergunta qual autoridade eles tinham para corromper o templo de Deus (v.19).
b) Os líderes entenderam ou forçaram uma compreensão de que Jesus destruiria o templo. Cristo estava dizendo que eles é que estavam destruindo o templo, transformando-o em um covil de ladrões (Marcos 11.17).
c) Jesus ofereceu sua vinda ao mundo como sinal, esse ato contrastava com os animais que estavam sendo libertados por Cristo (v. 20). A mensagem era: "eu sou o verdadeiro sacrifício".
d) Os Judeus, pensando que Jesus se referia ao templo, argumentaram que o Templo levou 42 para ser construído e que seria impossível ser reerguido em três dias (v. 21).
e) Em João 2.14-15, a palavra para templo é hieron, aplicada a todo o complexo de construções e pátios, e nos versículos 19-21 é naos, aplicada ao santuário (abrangendo o vestíbulo, o lugar santo e o santo dos santos). O naos, mais que o hieron, é considerado a morada de Deus (F. F. Bruce, p. 76).
f) Após a ressurreição de Jesus, os discípulos se lembraram desse evento (v. 22).
g) Esse fato, foi uma das razões por que os Judeus quiseram matar Jesus (Mc. 17.18), e foi utilizado contra Cristo, em seu julgamento (Mc 14.58).
h) Jesus não somente expulsou os vendedores com um chicote; antes, ele mesmo foi açoitado e destruído na condição de templo vivo, através do qual a glória de Deus tinha tabernáculo entre os homens (Comentário Bíblico Broadman, vol 9. Rio de Janeiro Juerp, 1983, p. 173).
i) Através da morte e da ressurreição de Cristo, um templo maior foi edificado, a igreja, do qual somos as pedras vivas.
a) Ainda durante a Páscoa, muitas pessoas acreditaram em Jesus (v. 23).
b) Jesus não se deixava levar pela aparência, pois ele os conhecia (v. 24).
c) As pessoas que criam em Jesus sem se entregarem completamente, não obtiveram uma revelação mais profunda do Cristo (v. 24).
d) Jesus não desejava construir sua igreja a partir da opulência humana, mas da verdadeira adoração (João 4.23-24).
e) Jesus não era iludido por filosofias a respeito do ser humano, pois ele conhecia a natureza deles (v. 25).
f) Há muitas teorias e filosofias sobre o ser humano, mas todas as coisas nesse mundo se corrompem, tal fato se deve ao pecado original e a natureza (Romanos 3.23).
g) Quando confiamos demais em um sistema ou em uma pessoa, corremos o risco de nos decepcionamos, somente Deus é perfeito.
h) Mesmo Jesus conhecendo a natureza humana, ele aceitou tornar-se humano, viver e morrer pela humanidade.
Estamos prontos para nos encontrarmos com o Jesus zeloso ou idealizaremos um cristo que não nos cobra nada, que não nos desafia? Precisamos desse Jesus revolucionário que colocar nossas vidas nos trilhos, ele não tem medo de fazer isso.
Agradecemos a Lumo Project pelas imagens: <https://www.bible.com/pt/videos/2/series>.